Relicário***
As palavras que ficaram...
São doces canções do tempo
guardadas nas retinas da memória...
O hoje...
que lembra da inocência do ontem
florindo entre as açucenas
No cheiro das pitangas colhidas no pomar
entre um olhar e um poema
E o que seriam as palavras que lhe dedico?
Se não a consciência incontestável do que sinto
A consequência inexplicável deste sentimento
que advém de tanto te amar
Um amor de realidades, que se fundem aos sonhos
Que nos estende um tapete com aroma de flores silvestres
Por onde passam os dias, rodopiam as horas.
Seriam palavras colhidas a ermo?
Ao vento em um antigo dicionário?
Seriam um presente? Um relicário?
Feito somente de cartas de amor, a ti,
em mim... eterno!