TALVEZ
Clara da Costa
Talvez eu não chore, nem fale da dor
Talvez percorra outros jardins
No voo do beija-flor
Ou num poema entre girassóis.
A vida passa, passa...suavemente,
Entre sensações que dançam em círculos pelas pupilas,
Nos sussurros e lamentos nas sombras da noite
Ou na solidão que vagueia ancorada no cais.
Talvez você nem perceba o riso nos lábios da poesia
Onde o silêncio também escreve,
Descortinando o traço distinto da fantasia.
A vida passa, passa...suavemente,
descrita, tatuada, embalada, lembrada
num verso poetizado em minh' alma enamorada.