TRIBUNAL (O NINHO)
Eu não tenho culpa das culpas que nós temos de não termos culpas.
Você não tem a culpa da culpa que acredita que tem, ou seja, culpa alguma.
Eu não tenho a cobrança da culpa que seja cobrada, dobrada, ou milimetricamente assimilada.
Culpa de termos tido tempos carinhosos em que vivíamos lívidos e as culpas eram apenas o cansaço da dor. Ou a dor do cansaço.
Eu não tenho a culpa das crianças (criança não tem culpa) nem a culpa dos adultos. Nós não temos a culpa dos filhos; temos sim a responsabilidade do amor, da proteção que nos faz navegar nesse imenso oceano de bondade, nesse enorme fogo de amor e nessa calmaria de chuvas misturada a tempestades.
Nós não temos culpas nem mesmo cuidados com o cuidado das nossas supostas culpas.
Eu não tenho a identidade das culpas e você não tem as culpas da identidade.
Beije esse abraço verdadeiro de cumplicidade sem culpas.