TRIBUNAL (O NINHO)

Eu não tenho culpa das culpas que nós temos de não termos culpas.

Você não tem a culpa da culpa que acredita que tem, ou seja, culpa alguma.

Eu não tenho a cobrança da culpa que seja cobrada, dobrada, ou milimetricamente assimilada.

Culpa de termos tido tempos carinhosos em que vivíamos lívidos e as culpas eram apenas o cansaço da dor. Ou a dor do cansaço.

Eu não tenho a culpa das crianças (criança não tem culpa) nem a culpa dos adultos. Nós não temos a culpa dos filhos; temos sim a responsabilidade do amor, da proteção que nos faz navegar nesse imenso oceano de bondade, nesse enorme fogo de amor e nessa calmaria de chuvas misturada a tempestades.

Nós não temos culpas nem mesmo cuidados com o cuidado das nossas supostas culpas.

Eu não tenho a identidade das culpas e você não tem as culpas da identidade.

Beije esse abraço verdadeiro de cumplicidade sem culpas.

Fernando Varela
Enviado por Fernando Varela em 08/07/2013
Reeditado em 13/08/2018
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