QUEIMADA
Vou te fazer, meu bem, arder inteira
Feito flor de pimenteira ou igual
Ao folião que em crença universal
Corre e pisa na brasa da fogueira
Teu prazer não será de brincadeira
Será muito arder, mas sem se sentir mal
Verá também que quem te submete a tal
Arderá também, queira ou não queira
Assim que um ardor for se apagando
Um outro acenderei mais vivo e quente;
Que a noite toda te sintas abrasando
Mas não me tenhas por irreverente
É que contigo muito estou sonhando
São sonhos, querida, muito ardentes
Vou te fazer, meu bem, arder inteira
Feito flor de pimenteira ou igual
Ao folião que em crença universal
Corre e pisa na brasa da fogueira
Teu prazer não será de brincadeira
Será muito arder, mas sem se sentir mal
Verá também que quem te submete a tal
Arderá também, queira ou não queira
Assim que um ardor for se apagando
Um outro acenderei mais vivo e quente;
Que a noite toda te sintas abrasando
Mas não me tenhas por irreverente
É que contigo muito estou sonhando
São sonhos, querida, muito ardentes