UM BREVE ANOITECER

É uma quimera ter-se o amor
Que um dia se quisera ter?
Será um sofrer grande dor
Para a minh'alma absorver?

A vida é-me como um suplício
Que tenta revirar-me o passado.
Onde as cinzas sem um resquício
Insiste num amor já amordaçado. 

Nenhuma dentre todas as flores
Deixou-me tão assim marcado.
Tu feriste-me de muitas dores,
Amor que persiste ser lembrado.

Desta forma atravessamos a vida,
Amor primeiro não se pode esquecer.
Disto também sofres minha querida,
Neve nos cabelos: um breve anoitecer.
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 07/07/2013
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