VELEIDADE
O mesmo anjo não disse nada, seu
canto doce pousou em meus lábios.
Sem asas, nem auréola
nu, desfalecido e
cândido.
Sei que nunca viveu, sei
que nunca pisara o chão
que piso, sei que não fala
de onde vem, nem pra
onde vou.
Sobre os juízos retirou as sombras, e riu-se.
Da intenção passageira, da vontade imperfeita
fez eternidade. E baixando os olhos entoou
o cântico mais doce para não dizer adeus.