VELEIDADE

O mesmo anjo não disse nada, seu

canto doce pousou em meus lábios.

Sem asas, nem auréola

nu, desfalecido e

cândido.

Sei que nunca viveu, sei

que nunca pisara o chão

que piso, sei que não fala

de onde vem, nem pra

onde vou.

Sobre os juízos retirou as sombras, e riu-se.

Da intenção passageira, da vontade imperfeita

fez eternidade. E baixando os olhos entoou

o cântico mais doce para não dizer adeus.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 07/07/2013
Reeditado em 05/09/2013
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