METAMORFOSE
De quando em quando,
sinto-me sozinho como
no interior de um vácuo,
sendo empurrado e
instigado para entregar-me aos
teus braços amainando o
estado de minha alma em frangalho.
Hipnotizado não senti a
luz intensa que outrora
iluminava nossas vidas, nossos
encontros e esperanças, nem a
irradiação que transportava ao
ápice de nossa aspiração.
Drogado pela instabilidade e
no cume do nada, todo o
meu ser foi conduzido para o
carinho de teu aconchego, me envolvendo
em teus saudosos beijos, sensação
de realidade que nunca aconteceu.
Que coisa gostosa poder
viver os pedaços dessa quimera
sob os efeitos do narcótico
da saudade, que escraviza, que
grita no eclipse do desespero,
não me deixe mesmo que estes
segundos de vida sejam uma mentira.
Não se vá. Viva um pouco mais
dentro de mim. Não desapareça na
neblina desta visão agarre o
imaculado amor
que sempre foi teu.
Espere, porque meus olhos estão turvos
e já não vejo a cor dos olhos teus
no final desta metamorfose,
talvez resultado do engenho
de sobrevivência de uma ilusão?
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