METAMORFOSE

De quando em quando,

sinto-me sozinho como

no interior de um vácuo,

sendo empurrado e

instigado para entregar-me aos

teus braços amainando o

estado de minha alma em frangalho.

Hipnotizado não senti a

luz intensa que outrora

iluminava nossas vidas, nossos

encontros e esperanças, nem a

irradiação que transportava ao

ápice de nossa aspiração.

Drogado pela instabilidade e

no cume do nada, todo o

meu ser foi conduzido para o

carinho de teu aconchego, me envolvendo

em teus saudosos beijos, sensação

de realidade que nunca aconteceu.

Que coisa gostosa poder

viver os pedaços dessa quimera

sob os efeitos do narcótico

da saudade, que escraviza, que

grita no eclipse do desespero,

não me deixe mesmo que estes

segundos de vida sejam uma mentira.

Não se vá. Viva um pouco mais

dentro de mim. Não desapareça na

neblina desta visão agarre o

imaculado amor

que sempre foi teu.

Espere, porque meus olhos estão turvos

e já não vejo a cor dos olhos teus

no final desta metamorfose,

talvez resultado do engenho

de sobrevivência de uma ilusão?

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Wil
Enviado por Wil em 04/04/2007
Reeditado em 06/04/2007
Código do texto: T437634