Andarilho

Andarilho das noites de novembro.

Desaguando no tempo que flui.

Nos sonhos dos anjos que não podem voar.

A canção dos desalentos que ecoam pelo ar.

Uma doce noite de verão.

Um belo conto desconhecido.

Que teceríamos em noites como essa.

E que estaria em nosso epitáfio invisível.

Uma única frase perdida no cetim transcendental.

Daqueles lábios que clamei como meus.

Para além das areias que os ventos levam.

Nossas almas em um mesmo novelo vermelho.

Tatuagens da alma que o mundo não apaga.

Linhas entre-tempos que desafiam os limites.

De uma vida que se curva em redenção.

Ao maior dos milagres.