A RAINHA DO MEU CORAÇÃO

Na velha alma endurecida

O tempo álgido já fazia estio

Um campo de folhas mortas

Inertes, congeladas pelo frio

Busquei a última esperança em Anghosta

Pois havia neste lugar, uma bela rainha

Cuja beleza seduzia aos corações

Até o meu, que nem mais sonhos tinha

Os anjos do amor pareceram conspirar

Pela ótima recepção de boas vindas

Havia uma orquestra tocando

Composta só por mulheres lindas

A rainha ofertou-me o vinho do lugar

Tão bom era, que nem pensei em cerveja

Flores frescas caiam e ornamentavam

Um enorme banquete sobre a mesa

No calor da vida que lá fazia

Engalanei-me ébrio na cantoria

Meu coração atordoado e feliz

Deixou-se levar em grande euforia

Minha alma estava alta, levíssima

De encanto, extasiada se excedia

A alegria inspirou-me súbitos versos

Tão ocultos cujo dom nem eu sabia

Minhas palavras vazadas de amor

Uma imprevista paixão continha

Elas denunciavam uma certa paixão

Que eu já nutria pela rainha

Os versos a tocaram, diziam seus olhos

Porém, não declinou nenhum sentimento

Prerrogativas do coração real? Seria?

Calma, conteve-se em pensamento

Só sei que meu coração bateu perdido

Debateu-se e mais versos disparou

Porém, por não ser correspondido

Em silêncio lentamente se calou

Anghosta agora é um quadro que dói

Pois permaneceu uma dúvida no fim

Nunca soube se ela não pôde me amar

Ou se amor jamais teve por mim!!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 03/04/2007
Reeditado em 05/09/2015
Código do texto: T436601
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