A RAINHA DO MEU CORAÇÃO
Na velha alma endurecida
O tempo álgido já fazia estio
Um campo de folhas mortas
Inertes, congeladas pelo frio
Busquei a última esperança em Anghosta
Pois havia neste lugar, uma bela rainha
Cuja beleza seduzia aos corações
Até o meu, que nem mais sonhos tinha
Os anjos do amor pareceram conspirar
Pela ótima recepção de boas vindas
Havia uma orquestra tocando
Composta só por mulheres lindas
A rainha ofertou-me o vinho do lugar
Tão bom era, que nem pensei em cerveja
Flores frescas caiam e ornamentavam
Um enorme banquete sobre a mesa
No calor da vida que lá fazia
Engalanei-me ébrio na cantoria
Meu coração atordoado e feliz
Deixou-se levar em grande euforia
Minha alma estava alta, levíssima
De encanto, extasiada se excedia
A alegria inspirou-me súbitos versos
Tão ocultos cujo dom nem eu sabia
Minhas palavras vazadas de amor
Uma imprevista paixão continha
Elas denunciavam uma certa paixão
Que eu já nutria pela rainha
Os versos a tocaram, diziam seus olhos
Porém, não declinou nenhum sentimento
Prerrogativas do coração real? Seria?
Calma, conteve-se em pensamento
Só sei que meu coração bateu perdido
Debateu-se e mais versos disparou
Porém, por não ser correspondido
Em silêncio lentamente se calou
Anghosta agora é um quadro que dói
Pois permaneceu uma dúvida no fim
Nunca soube se ela não pôde me amar
Ou se amor jamais teve por mim!!