Noturno

Eu não queria de ti essa ausência,
Essa saudade, esse coração fechado
Qual livro, apinhado de figuras,
De dormidos e preservados versos
Até que o brilho das estrelas os desfaça.
Comportamento para mim tão ruim!

Na paisagem entre tapume e flores
Domem os insetos. Fulgem a imensidão
- Beleza visual – o que resta são amores,
Ah se o imaginário não fosse ilusão!

Rompem-se violas noite adentro,
Tocadas pelo gélido vento.

Cantam nesse paraíso nossas dúvidas,
Não só de amores, 
as loucuras dos homens .

Os que procrastinam a vida nos cunhais estão
Outros, de rosto debruçado sobre os papeis
Fazem leis pedindo inspiração ao próprio viver.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 29/06/2013
Reeditado em 30/06/2013
Código do texto: T4364403
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