Sobrado das Ilusões

Lá, no final da rua entre neblina, um chatô

D’onde só a janela se via, silêncio

Sob uma penumbra quem sabe esquecida,

Uma espera quase infinda... Saudade!

Quem me dera,

Ser uma rosa vermelha

E este balcão adornar tendo no perfume

Versos enfeitiçados, afagos ao marejar,

Ou um olhar repleto de palavras!

Há uma chama de mistérios naquele sobrado

Como um xale envolto no corpo dando

Guarida ou solitude por um carinho,

Um beijo guardado, um avesso aquarela

Desaguando em canduras, instantes etéreos!

Nunca dantes abriu-se aquela porta,

Para que a brisa adentrasse, trazendo,

No vento pétalas dançarinas cheias de sonhos,

Um lábio descobrindo o mel, o néctar, a sinergia

Mesclando-se ao luar de amar!

No ar, um solfejo de poetar

Pelas linhas do ocaso...

Anoiteceu pela poesia!

29/06/2013

Porto Alegre - RS