Boca de Seda
nos meus olhos beija-flores beberram
teu mel perfumado e os cios
destroçam pedreiras para que as flores
esvoacem gargalhando depravadas malabarâncias
entro no seu corpo até a memória
restar grito
sabendo quem sou
porque a nudez febril me cobre
no fogo que modela seu ventre vertigens e agito
e se a exclamação macha na sua boca de seda
o sonho de submeter-lhe a vontade
pelo que de tirano voga em mim,
nenhum delírio escapa ileso
quando se trata de entregar a alma
no curso da sensibilidade fêmea
que decide a noite pelo consentimento safado
sem outro significado
que o abuso da carne
que secretamente íntimo
busca a fera e põe regras ao lado