VALEU A PENA?
Valeu a pena?
Sei lá!
Quando a saudade
Se agiganta,
A alma se apequena
E o desserviço
O desfavor à causa própria
Vem em densas marolas
Para depois
Me repartir em dois:
Uma parte minha é turbilhão
E o outro eu parte a esmo
Pelos mesmos caminhos
Que você tomou.
Vale a pena?
Sei lá!
Diga-me cá
Quem um dia amou
E hoje não mais
Tem o amargo na língua
E o coração controla.
Diga-me cá,
Ou não diga.
Apenas receba-me
Em mãos benfazejas,
Pois meu coração se agita
E a minha alma arqueja.