Noite de São João

Ê sodade!

Ê sodade!

No terreiro barrento da fazenda

Perto da casa das moenda

A sanfona, a viola, as queimada

Afrigia alegria na rapaziada

No cantinho do currá

Na ponta daquele mastro que o Zé fez

Tava São João balanceando

Séro nas aparença mode dá respeito

Viva São João!

Viva São João!

No meio do currá

Tava a fogueira em forma de urupuca

As língua de fogo que saia dela

Fazia a mulecada gritá, sapateá

E sortá foguete pro ar

A lua grande cheia e linda

Corria no meio das nuvem

A noite não tinha mais do que desejar

Tava uma beleza sem compareza

E no meio dessas beleza tudo

Ah! Vancês num sabe

Tava eu namoriscano

A belezinha das beleza

A filha da baronesa

Ela num conversava comigo

Mas o seu zóio ... ah!

Seu zóio contava, denunciava

Tudo o que ele queria falá

No compassivo da nossa prosa

Nois tratô: de tudo ano nois se encontrá

Naquele memo topo

Naquela mema noite

Naquela mema hora

Inté ...

Inté nois dois se casá

Isso nois jurô pro São João

Faz ano hoje!

Eu vejo tudo tão sozinho

Sem nenhuma voz de carinho

Ê meus Deus!

Pruquê?

E praquê sinhô

Que vancê levou o meu amô?

Óia que vancê me fez sinhô!

Óia mina vida!

Óia minha disilusão!

Pra mim na verdade o pió de tudo

É a sodade dela nessa noite de São João

E isso eu peço a vance sinhô

Pra tirá do meu peito

Das veia do meu coração

Proquê pro ano ...

Pro ano, sinhô ..

Eu não guento mais não

Ê sodade!

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Não é de autoria do Poeta Caipirinha, foi achado escrito em um papel jogado, com as folhas mortas pelo chão.