NÃO HÁ COMO
Nunca mais te encontrei apesar de procurar
insistentemente mesmo nos meus sonhos, porque
será que você desapareceu, qual foi a razão, será
que fugiu por imposição dos seus próprios erros?
A escapatória encobre alguma tolice, algo
que revelou quando sua boca entreaberta
expunha a intimidade quase impudica de
seus atos...?
Bem, creio que já se esqueceu de nossos abraços
que duraram tanto tempo, agora parece que a lua
desapareceu para sempre, a brisa já não tem quem
refrescar mais do mesmo jeito quando estávamos na varanda...
Tem sido tão deprimente lembrar o que era nosso,
é como debruçar em um álbum de retratos todos eles amarelados,
é como reviver fatos longínquos desde muito esquecidos, é como
sair de um remoto e caliginoso passado.
Não há como reatar aquele amor espiritual, nem
os agitados arroubos do amor carnal, não há como
beber perfume da flor silvestre que embalsamavam
os ares, aqueles mesmos dos tempos idos...