Preenchem-me toda em clarões incontidos, desmedidos,
por todos os espaços que um dia pensei serem meus...

Memórias crepusculares voejam vitoriosas
entre as vagas dos meus falsos nãos
O choro canta aquela velha canção aos ouvidos moucos,
entorpecidos num tempo que nunca fora outro 
senão tempo teu - tempo de ti em mim -
 
O dia cheira saudade e dor sob esse céu cinzento,
e apesar dessas nuvens sofridas, desse papel que recolhe-me
e me mantém trancafiada em mim
- apesar desse teu gosto que me rouba a lucidez em gotas infernais ! -
sigo sentindo tuas brisas perfumadas
perpassando-me de açucenas e jasmins,
despertando-me nessa cegueira por teus acordes...
 
Ainda que o dia adormeça-me em sepultamento,
é ali, sempre ali... onde colho flores nos teus dourados olhos,
que voa minha alma e se inicia o meu sonho...





 

Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 25/06/2013
Código do texto: T4357394
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