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O Amor


O amor que ele viu
Ao mirar-se, de repente,
No cristal dos olhos dela,
Foi tão grande e inesperado,
Que o coração se abriu;
Aos seus pés, uma torrente
Borbulhante, qual um rio
De mil sonhos derramados!

Todo o fogo que surgiu
Elevando a ebulição,
Somente ele sentiu,
Ela nem sequer notou,
E assim, quedou-se mudo,
Dolorido, nauseado,
Pois não foi correspondido
No amor que tinha dado!

Ah, o orgulho tão ferido,
O amor ignorado,
Deixou o peito partido,
O olhar amargurado...
Achou melhor disfarçar,
Dizendo que era ódio
Tudo aquilo que sentia
E não sabia matar!

E a história terminou,
Aparentemente, como
Milhões de sonhos quebrados
E muitas noites sem sono.
E a imagem que ele viu
Nas pupilas, refletida,
Aos poucos,  se ressentiu,
Murchando qual flor colhida...


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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 23/06/2013
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