Imune

Fiz poesias impunemente.

Amei impunemente.

Amei inconscientemente.

Inconsequentemente.

Amei até o fundo do abismo.

A brisa gélida da neblina que

veste de véu a serra.

Cheguei ao pé da montanha

Soltei suspiros nostálgicos

E me arremessei ao infinito

Da minha imaginação.

Amei o evidente e o obscuro.

O inteligível e o enigmático.

Amei profundamente

Num mergulho raso em sua retina.

Vi em seus olhos o passado

Passando lentamente

Num flash que a memória não

conseguiu apagar.

Amei você.

E você sabe disso.

E quão isso é raro.

Vivemos o outono de nossas vidas.

E as memórias caem mortas

feito folhas

no chão da alma

em preto e branco.

A cor esmaecida acorda exatamente

ao entardecer,

sangrando com o calor fugidio

do sol.

E rever você é estar

sempre entardecendo

Mesmo que não haja

Mais novas manhãs.

Brincando com o calor residual

Dos corpos.

Dos olhos.

Do amor impune

e imune ao tempo.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/06/2013
Reeditado em 12/03/2018
Código do texto: T4354926
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