PAIXÃO OUTONIANA

Ah, não basta inventar

Tecer a teu respeito e fantasiar-se

Não basta uma figura mítica, irreal

ou fugida do sonho tresloucado

de um poeta surreal.

És apenas uma mulher

dotada de boca, dois seios, coxas, nádegas e etc.

Não basta ter-te

inalcançável em sonho.

Eis-te aqui ao rés do chão.

Não basta tua beleza e não viver o instante

Não basta teu olhar alucinante

Teu nome, mulher ignota

Não quereria apenas teu nome

Mas um lirismo de desejo permanente.

Queria te ter nos meus braços de homem

E assim ergueremos a única ponte que une todos os vazios.

Gilson Pontes
Enviado por Gilson Pontes em 22/06/2013
Código do texto: T4353208
Classificação de conteúdo: seguro