O VIVER NÃO ESPERA

Vento ventania (correria)!

Já é claro, já é dia!

Corro pela avenida,

que é desprovida

de sonho e de fantasia!

Avenida descolorida,

vida dolorida,

ainda sou mais eu,

tenho ainda vida,

pois a dor se rendeu!

Tal qual menino,

sigo meu destino,

corro, é minha vez!

A rua está nua

e com languidez!

Quando se perde a dor

(é da vida um direito)

ganha-se tanto vigor,

que não cabe direito

no peito, tanto é o ardor!

Ganhei a alegria,

rasguei a fantasia!

Troquei a quimera

da noite pro dia!

O viver não espera!

Botucatu, 05/05/1985

Nelson M Teixeira ou Nelmite
Enviado por Nelson M Teixeira ou Nelmite em 22/06/2013
Código do texto: T4352748
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