Poema ignóbil

Uma mecha de cabelo aliciando os olhos.

Talvez você seja isso.,

Uma mecha atrevida sem rumo.

Escapando do fino grampo de um jeito acavalado.

Não se contenta com os pedaços de lua

que roubei de um pobre ateu.

Nem mesmo com os versos

que furtei do olhar de uma viúva.

Essa tua balda de sempre querer mais.

Suga de meu veneno, feito filhote de lacraia.

Não entende que amor um dia acaba?

Vira poema ignóbil.

Alimenta-se de outros lábios.

E perde-se em novos orgasmos.

Lélia Borgo
Enviado por Lélia Borgo em 19/06/2013
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