Os sonhos da amada!
Na fria calada da noite
perdidos na madrugada
traçando uma dança eterna
os sonhos da Deyse vagam
Em meio à roda eles criam
tons alegres, compassados
ajuntados em cantigas
de figuras e de lapsos.
"Vem brincar, pequena Deyse"
diz um sonho empolgado.
Mas, coitada, com vergonha
responde:"Não, obrigada!"
Os sonhos seguem girando
na ciranda que criaram
uns com versos mais alegres
outros com versos mais graves
um nos traz a doce vida
e outro as coisas passadas.
Canções de pura nostalgia
enchem os cantos do quarto.
"Vem brincar, pequena Deyse"
chamam-na do outro lado.
Mas com meio sorrisinho
ela diz: "Não, obrigada!"
Os sonhos ficam doidos,
todos querem convidá-la
pra dançar a cirandinha
baixo a lua de prata.
Todos querem um sorriso
que se abra em sua face,
os sonhos tecem um mundo
só de flores habitado
onde a tristeza não caiba,
nem o dia seja um fardo,
um repouso merecido
pela lida que se passa.
"Vem brincar, pequena Deyse"
E ela até fica empolgada,
mas a noite ta acabando
e ela diz: "Não, obrigada..."