COLEÇÃO DE UM POETA

Coleciono sonhos......esperanças,
Por incrível que pareça acredito na vida,
Mesmo tendo colecionado tantas feridas,
E tanta decepção neste meu coração.
Amores traidores, enganos, tormentos,
Criaturas infelizes e sem sentimentos,
Que nunca souberam o que é amar.
Colecionei tristezas, mentiras incontáveis,
Paixões inadequadas que feriram tanto,
E num profundo pesar, por ainda assim sonhar.
Colecionei noites e dias solitários e vazios.
Onde a lua e as infinitas estrelas no céu,
Se tornaram minhas únicas companhias.
Foi tanto desamor e desatenção,
Foi tanta coisa que machucou meu coração,
Que esse meu peito quase não suportou,
E muitas vezes desejei desaparecer, sumir,
Para deixar de neste sofrer prosseguir,
Então tive que colecionar as lágrimas,
Para aliviar minh’alma e deste jeito,
Nasceu a desconfiança em mim,
Comecei a colecionar tanta coisa ruim,
Pois meu coração recusava-se a amar.
Então me perguntaram um dia:
- Do que adiantou poeta tanto amor?
Tanta crença e esperança?
E sem poder naquele instante responder,
Fiquei a pensar na minha vida.
Será que sou apenas uma criança?
Ou serei apenas mais um tolo poeta?
Nesta alma sofredora e inquieta,
A acreditar que o verdadeiro amor existe.
Por que pessoas infelizes como estas,
Teimam em questionar-me desta maneira,
Pois, se quem nesta vida não sofreu,
Não amou e por certo não viveu,
E embora eu pareça um ser inocente,
Posso agora dizer-lhes firmemente,
Que mesmo colecionando tanto sofrimento,
Colecionei um número absurdo de momentos,
Onde posso afirmar com puro convencimento,
Que ainda assim, fui feliz !
Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 18/08/2005
Reeditado em 31/10/2013
Código do texto: T43475
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.