Sentado à Beira do Teu Caminho
Sentado à beira de teu caminho,
Esperarei pelo teu olhar, como
Um afago de ternura para o meu…
E até que tenha o teu olhar no meu,
Viverei por entre pedras e — Como
Uma flor que espera pelo beija-flor —
Esperarei pela candura da tua presença…
Do seu amor…
O deuses fugiram, as nuvens se foram,
Um amor sozinho subsistirá?
O homem não é eterno, passa;
A mulher chora e ultrapassa;
O tempo abençoa, voa…
Ah! Mas o tempo no tempo do tempo,
No tempo do vento o amor ala…
Os dias passam e se eternizam em mentes,
Amantes de amor eterno e sedento de
Asas para voar, pelo ar; nau para mares navegar.
Pela estrada, pés nus andar e de mãos dadas com
A ternura, pelas planícies em cavalgadas cavalgar…
Verão sem sol, desencontros, lugar,
Cama na rua e a noite por lençol…
Um muro alto no asfalto,
Um amor sozinho subsistirá?
Cresça o amor, cresça a ternura,
Cresça a paz, diminua a dor
De esperar pela palavra impressa.
Num olhar, da amada, cercada de benfazejos,
Desejos, beijos e que se lembre do tempo em que morro
Sentado à beira de teu caminho…
Para que a esperança não se desespere de
Tanto te esperar…
Te espero!..