A SÓS
Sepultei os meus lábios entre os teus
(Inferioridade que me destes em belos ais),
Que se exaltam ao sumo e tatos meus
Pedindo-me que não se cessassem jamais.
Cravei a cruz de um suave desejo
Na cova que me entregastes, tão liberta.
Quais asas em soltos braços, vejo
No entrelaço de corpos na alma coberta.
Suspirando ao ar, lãs de quimeras,
Dos novelos do amor a se desorientarem
Ao tecer de mãos que tu veneras,
Despindo-se à campa de ti a se fartarem.
Vívidos olhos, movidos pela emoção
Ao seduzir de teus eixos, excita-te serena...
Nas velas de mares, infinda tentação
Ao sopro do verbo em delírios de cantilena.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 17 de junho de 2013.