Retorno ao primeiro ato
Posso maquiar o meu mundo e inteira me recolher,
Posso transpor oceanos só para me esconder
Atrair os teus olhares com mil falsos sinais
mas me verás completa mesmo em ínfimos gestuais.
Subtrair meus ímpetos? Negar minha natureza?
Posso cometer erros de proposital destreza,
Tentando ser agressiva pra furtar-me de sua invasão,
Mas tocas a minha alma ao tocar a minha mão.
Redigir minhas palavras a um outro estro qualquer,
E confundir-te em minhas fases inconstantes de mulher.
Interiorizar meu medos e não transparecer em nada,
Mas verás tudo numa fresta de pupila dilatada.
Eu distancio-me no intuito de não me denunciar,
Mas minha ausência sucumbe ao seu hábil radar,
Pressentes minha tristeza e preanuncias minha alegria,
Em pensamento me persegues noite a noite, dia a dia.
A entrega é eminente sou toda submissão
De teu corpo, alma e mente, declarada a rendição!
Altamente inflamável é teu olhar no meu,
E retorno ao primeiro ato, quem de fato se escondeu?