À HORA DA PRECE
Ysolda Cabral
Hora da Ave-Maria.
Faço uma oração,
Enquanto rego a hortelã Bonita,
Como faço todo dia.
Sinto seu cheiro, sinto saudade...
Sou, na verdade,
Um barco à deriva,
sem rumo, sem direção.
Ah, sou somente aflição!
Tento compor um poema,
Perco-me na rima,
Desvio-me do tema
E do prenúncio da prece.
De reza desfeita,
desfaço a novena.
À prece mal feita
me cabe o castigo.
Contudo, não ligo.
Sou mesmo o que digo:
Eu só quero você,
Sonhando comigo!
Recife/PE
17/06/2013
ysolda