Incontido Marejar
Quando da madrugada ouvi o silêncio
Percebi nas pedras a chuva que caia,
Águas banhando a alma, o cheiro campestre
Da poesia erudita dita infinita por olhares
E lábios em redundância, e mais um verso se fez!
Tendo o peito como relicário,
Ali, d´onde palavras se compõe em reverso,
Avesso em pele úmida, verbo unilateral,
Verbo este, amigo do pranto essência
Do cheiro de mar... Ah, marejar incontido!
Da caixa de musica, a bailarina,
A suavidade da melodia tímida
Dando ênfase à face tangida a meia-luz,
Das velas incandescidas pelo pulsar...
Ah, o doce desejo do beijar!
E assim caminha a noite por preitos,
Madrigais entojados pelo amor!
Por um incansável abecedário
Lagos e lagoas deságuam, da encosta
Piscinas fazem-se espelhos d’um corpo
Reluzente ao poema viver, então gozar do cálice
Toda sonata de cantar e cantar o amar!
17/06/2013
Porto Alegre - RS