Agora que me entreguei...
LV
Foi por motivo fútil, que me entreguei agora
é tão estúpido sentimentalizar demais
pelo constante ritmo lânguido da coisa
A intolerância na melhor das intenções
permite, ao menos, preservar a si
um pouco de solidão.
Ainda assim nos aventuramos em encontrarmo-nos
na caverna fria e imprevisível do outro
e o amor nos tornou estranhas criaturas
nos postamos diante da surpresa e emudecemos
um vasto místico de imagens não pondera:
Entre o horizonte e nós, o mar e a falésia.
Entre nós e o todo, um imenso respeito,
gratidão e luz, apesar da noite.
Vida pulsando em nós. Nós pulsando o amor.