Mar de Fogo

Dormia com o balanço

do mar, seu descanso.

E sonhava a luz da lua.

Segura, escorava o corpo

na madeira talhada

de uma velha canoa.

Na praia, de branca areia

á vista uma rede.

Na parede, uma sereia.

Do coco, matava a sede.

No céu, a lua cheia.

O corpo cheirando homem.

A alma, gozando inteira.

Quando a maré cedia calma,

voltava a si e remava

de volta ao balanço,

rogando por descanso.

Na inquietude de um mar,

na plenitude de amar,

sonhando agitada

se viu acordada

no enredo de um sonho

que não tinha sonhado.

Um oceano se rendia

aos encantos da mulher da água.

Mas o que não se esperava,

o caçador, que a ninguém amava,

cativou-a com seus olhos de fogo.

Em dois corpos, fogueira de ondas.

Duas almas, chamas d’água.

Elen Rodrigues
Enviado por Elen Rodrigues em 15/06/2013
Código do texto: T4342247
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