OBJETO DE DESEJO...

Faço de ti, meu objeto,
Sem vida, sem alma, sem destino...
Rabisco em seu corpo,
Entregue, inerte,
Meu mapa de luxúria e desatino...

Divirto-me sentindo seu espasmo,
Gemendo, em agonia, quase morta,
Querendo libertar-se do orgasmo,
Da fuga do prazer, achar a porta...

Brincando neste jogo esquisito,
Eu beijo com volúpia o seu rosto,
A empurro para cima, para o nada,
Rasgando sua pele com meu dente...

E ouço de sua boca um doce grito,
Gemido que de um gozo tem o gosto,
Pedindo, em desespero, alucinada,
O fim de sua tortura inconseqüente... 
                   ***