AOS MEUS AMORES E À VIDA...
Aos meus amores e à vida
(poema escrito por Janil Lopes Corrêa - jlc -jan)
Agora que o meu fim está próximo,
Já que a vida nada mais é
Que um grande palco iluminado,
Preparo-me para o acontecimento maior:
O fechamento da cortina onde brilhei,
Quando terei um único instante, o da verdade.
Farei um esforço para, ao menos desta vez, ser fiel,
Ao relatar, sem sofismas, todo o prazer que senti,
A você, minha querida, nessa folha de papel,
Para quem contarei a minha história:
Eu vivi momentos de uma vida plena
E nela, sempre, fui feliz a minha maneira.
Do que não tive ou não fiz, jamais reclamei.
Se não fiz, foi porque não pude ou me impediram.
Porque tudo que desejei eu obtive,
Quando não consegui foi porque algo evitou.
Não dei um passo que não fosse pensado,
Antes analisado e até mesmo premeditado.
Por isso, tenho certeza, não mereço perdão.
Nem o teu nem de ninguém.
Mas o que é um homem se não tudo o que ele faz
O que ele cria e não o que ele tem.
Se não foi ele mesmo quem fez,
Se ele apenas não fez nada,
Então ele não é nada, não é ninguém,
Para dizer as coisas que ele pensa ou sente.
Sua palavra não vale nada, nem um vintém,
É de quem se ajoelha se agacha.
A minha história, minha amada,
Você a encontrará nas letras que desenhei
E nelas você verá se realmente desejar
Que é tudo diferente do que você e todos pensam,
Pois mostrarei ao mundo também e não somente,
Todos os carinhos e pancadas que tomei da vida,
Pois, tudo isso, que revelarei será meu testemunho,
De que tudo que eu fiz, fiz porque quis.
Como pode ela agora exigir de mim o impossível,
Querer ser a primeira, a única, ou a última,
Se, antes dela, tantas outras existiram
E continuarão a existir, assim espero,
Sobrevivendo envoltas em minhas túnicas,
Correndo em meu sangue, dando-me vida,
A vida que sempre desejei, sempre quis,
Porque é só assim que posso querê-las,
Amando-as apenas na minha saudade,
Por minhas memórias agora alimentadas.