Pingado

É fácil demais o amor com você.

É no menor do pormenor

Em cada setembro.

É um pingado no canto da xícara

Fingindo esmaecer

E turvando de borra toda brancura.

Ínfimo, irrealizável

Mas de aroma inconfundível

Difícil é o amor sempre servido

à cama, prostrado.

Esse que obviamente chegou no fim.

Que todo dia beija com boca

A mulher só linda

E prepara o café

E está sempre de pé.

O amor fácil é abundante

na presença que cria

a conta-gota.

É esse tão de longe

Inventado e descoberto

De tristeza e saudade

No descomeço.

Adriana Campos K
Enviado por Adriana Campos K em 12/06/2013
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