Impossível amor

A luz do sol rasgou o hímen

Da santa noite escura

Que sangra de felicidade,

Dando a luz a um novo dia.

Ela, tão feliz que perde o sono.

Ele, num abandono febril

De labores sem tréguas,

Esquece o etéreo, o sublime,

O suave langor das poesias

E se entrega à labuta;

Procura um sustentáculo;

Conhece bem sua brevidade

Sem parco espaço de tempo

E os seres que se acotovelam

Em busca de um canto claro.

Noite... Noite...

Quão infeliz é tua sina,

Entre sombras e assombrações

Sereias, duendes, fadas,

Serenatas, fantasmas e serões;

Nunca vês de perto o teu amor.

Na solicitude da penumbra

Vislumbras ao longe o clarão,

Porém, no auge da luz,

És obrigada a fugir para o seio

Dos reinos abissais

Até que a tarde venha

E traga novas esperanças.

Esperanças vãs de noite condenada

A não ver o rosto da pessoa amada.

Não tem doze de junho

Não tem nada.

Só dois de novembro no doze.

Os seres serenos

E iluminados te enfeitam suas

Pequenas luzes dos reinos profundos

E mundos nunca vistos.

E a minha poesia agradece.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 12/06/2013
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