Fel

Não passarei só,

o estado putrefato,

desamores antigos,

bons convites a carniceiros.

Não irei só,

nos podres caminhos,

sangrentos e distantes,

não estarei por ti,

mesmo que mudes ou tentes!

É tarde, me vou,

como fel em carnes,

assim foi o nosso amor!

Quero-me assim, livre,

qual pássaro nos ninhos,

para o salto nos ares,

o céu por recompensa,

e se olhares para trás,

terás muitas companhias,

e dos seus próprios odores,

verbais e fortes,

alimente-se!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 10/06/2013
Código do texto: T4333595
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