Tudo o Que Tu Sabes
De lágrimas, bem sabes, que se faz o teu silêncio
Que no meu mundo inteiro impera.
Bem sabes que são sonhos tudo o que eu penso
E que dedico à tua santidade vera.
E quando não estás do meu lado, bem sabes,
Que vida em mim não existe.
E mundos onde tu com tua veracidade não cabes
Vou criando sozinho e triste.
E na minha dormência quase eterna
Num sonho em que eu vogo acordado,
No meu ambiente onde a saudade governa
Sinto teu cheiro místico, ouço teu passo costumado.
E numa insanidade leve e passageira
Vou pelos caminhos à tua busca
E a escuridão intensa e sobranceira
A minha perfeita visão ofusca.
E não vejo que tudo que há ao redor
São espinhos dessa tristeza que me encerra -
Um sereno astro que só
É capaz de inundar de palor toda a Terra!
E os meus olhos – Firmamento da Treva
Vão se fechando num poente amargo...
E a tíbia luz que a escuridão eleva
Fulge no meu exílio imenso e vago.
E embalado pela tua lembrança
Vou tentando enternecer essas horas pálidas.
Horas banhadas de esperança,
Horas feitas de lágrimas!