PÁGINA VIRADA
Era um amor amor assim dedicado,
feito de uma carne que sangrou muitos morreres
amor de sacrifício caminhado no vidro em caco
das lágrimas presenciando pareceres
não bastou do amor a entrega
quem se dá demais rola o íngreme
aberto a golpes de desdém
e um amor na fuça cuspido
pega a estrada dos esquecentes desapareceres
é um amor que vai sozinho
p'ra que nunca volte o brilho
no olhar que secou pesares
porque o silêncio é a página virada
que o grilo pontua
e o vaga-lume assina
a letra doída do abandono