SAUDADE DE AMOR AUSENTE!
Odir Milanez
 
 
Quando a gente se entrega de verdade,
a um novo amor, entrega por inteiro,
o vento veste as vestes de seu cheiro,
os rostos de seu rosto são metade.
Quando dista de nós, vira saudade,
que nos vem aos pouquinhos, lentamente,
a lonjura alongando a dor da gente,
calando em nosso carma a cada instante.
Não existe saudade mais cortante,
nem dor doída mais que amor ausente!
 
Eu sou poeta e sofro, como agora,
dessa dor de querer não ser sozinho,
dessa falta afligente de carinho,
da solidão soturna, que apavora!
Essa dor que de mim não vai embora,
nascida sem natura e sem semente,
cala em meu corpo, encarna-se na mente,
num cenário carnal demais constante.
Não existe saudade mais cortante,
nem dor doída mais que amor ausente!
 
A esperança empece e vai-se embora.
Destinada ao fracasso, rapidinho,
muda de rota, troca de caminho
 e num naco de nuvem se evapora.
É do poeta o pranto que mais chora!
Chora tristezas, chora de contente,
chora passado e é pranto no presente
quando endoudece a dor de amor distante.
Não existe saudade mais cortante,
nem dor doída mais que amor ausente!
 
 
JPessoa/PB
04.06.2013
oklima

**********

Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...

 
oklima
Enviado por oklima em 04/06/2013
Código do texto: T4325626
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.