O VINHO MANAUARA
Disse-me um dia a ilusão que eu te encontraria
Mas não sabia que viria desse modo lindamente em seus envólucros
Como se ósculos da paixão matassem a sede do tudo que eu nutria
E me arrebataria pra muito além do que me impediriam seus esforços!
E me levou aos mistérios amazônicos da pele amorenada
De estrada proibida que o desejo esculpiu em lábios de chamas
Síntese das damas, sabor vadio das propostas impublicadas
Literalmente grafadas na mente refém das pretensões mais insanas!
Querendo a todo custo desvendar a confissão de teu sim silenciado
Vendo o pudor estilhaçado pelo ímpeto da cópula inaudita
Canção bonita que faz dançar a tua transgressão a valsa do pecado
Literalmente figurado, igual céu estrelado que nem a noite imita!
Porque te quero minha, porque teu lado oculto me pertence
Assim como me vences, serei o prêmio dado à tua loucura aprisionada
Ao chão a veste despedaçada, à cama o cálice do suspense
E o vinho manauara que convence a minha sede a viver embriagada!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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