Silêncio, silencio,
Teu olhar: Vazio...
E o meu pensamento: Insano
De infinito desejo: Profano?
Não sei se nosso,
Posso?
Talvez outra hora
Quem sabe outrora
Quem sabe nunca, nenhuma vez
Quem sabe amanhã, de revés, às dez
Ou até mesmo hoje, sem mais demora
Quem sabe agora, ora.
Louco de amor
Louco para expressar
O que eu penso, externar
O que eu sinto, diluir minha dor
Mas a mim isto não é permitido,
Proibido dizer; de contar sou impedido.
Permitido a mim: o sentir, o sonhar,
O pulsar, o sobressaltar, o homenagear,
O arfar, o ar, o amar.
Ah, amar, só me é permitido amar!
Amor, só me é permitido amar
E nunca ser amado,
Talvez sempre enganado...
Por quem eu, um dia, amei muito
Restou hoje mero sentimento fortuito...