Estes meus versos, AMADA!
Não te dou estes versos para o agora,
Amada!
Não os dou para contemplares
O meu imenso amor que deságua sem rimas.
Não é por agora que dou-te versos de amor,
Amada!
Não darei-te em métricas
O que me preenche em milhas sem fim.
Não é para o agora que te dou versos musicados,
Amada!
Não busques a cadência falsa
Dos hiatos de silêncios entre as palavras.
Portanto, te peço com absurda súplica,
Amada,
Guarda-os nas reentrâncias dos teus dias,
Entre meus beijos e anseios que não vierem a ti.
Daqui alguns anos, pode ser que te lembres,
Amada,
Deste ajuntamento de palavras
Desfeito da pressa do agora.
Quem sabe te remoce o amor,
Amada,
O amor desvencilhado das franjas dos dias
Que de tudo fez para te abraçar no futuro.
Não evidencies meus versos agora,
Amada!
Agora é o momento de buscares
O que neles não encontrarás.