O tempo que me marca

O casamento me marcou por longos sete anos
Um tempo onde existia a mutualidade do carinho e do respeito
Nos primeiros anos tudo era novidade repleta de sonhos
O novo nos enchia a vida de graça sem desesperos

Porém, em determinado período.
Nosso amor foi colocado à prova
Inexistiam diálogos, não tinha marido.
E a ausência deste, a cada dia, nos distanciava.

Como era difícil dormir a noite sozinha
Enquanto ele prostrava-se frente à televisão
Antes um programa, depois um jogo, motivos detinha
E dia-a-dia uma desculpa que justificava sua ação

Meu valor sumiu, não existia apreço.
E a monotonia tomou conta de nossas vidas
Nesse tempo, de ranhuras de nossa vaidade, reconheço.
Um grande amigo que me estende as mãos, quantas duvidas.

Não sou culpada por me permitir a isso
Muito menos reprimir meus desejos e sentimentos
O que acontece, é que com ele, deixo o submisso.
Sentia-me viva daquele marasmo de lamentos

Porém, este belo moço, possui a mesma sina,
E casado, tendo destino não é diferente do meu.
E hoje entre o sagrado e o profano, se assassina.
Aquilo que nunca, realmente, foi teu.

Desvencilhar-lhe do que me aconteceu
É uma grande indecisão do meu peito
Preciso do que não é, verdadeiramente, meu.
E não consigo apartar-me do que tenho.

Quem entenderá os meus apelos
Talvez eu esteja, sim, no tempo marcada.
Mas antes persistir neste erro
Do que levar uma vida mal amada.
Longânimo
Enviado por Longânimo em 31/05/2013
Código do texto: T4318102
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