Perita Criminal

Naquela cena do crime existia algo incomum
Os corpos sempre falam mais que as pessoas
E o silêncio daquele local era um álbum
De fatos quebrados, turvos de nevoas.

Perdi muitas noites as voltas de minha razão
Buscando no intimo ligar os fatos
Dos desencontros do coração
Que ocasionalmente evitaram-se os tatos

Em cada marca vermelha de sangue
O desvendar de segredos de algo doentio
De um amor vingativo de mangue
De um comportamento instável e sombrio

O que leva um ser a ceifar a vida
Na garantia de resgate de um amor de enganos
O que parecia um crime homicida
Eram, dores de egos humanos

O corpo tingido pelo formol
Falava de inconsistências
Dos registros de coletas do luminol
Fotos, digitais, que instigavam as ciências.

Eu fechei o caso informal carregado de pistas
Onde muitos as viram e não ousaram falar
A morte nos leva a conhecer os artistas
Nesta eterna falsidade de amar

Não se engana o outro apenas por enganar,
E naquela noite, não foi passional ou estupro.
Ele matou seu coração em nome do gostar
E agora, o que faço com o meu corpo?

Dedicado a grande amiga, por sua persistência.
Longânimo
Enviado por Longânimo em 31/05/2013
Código do texto: T4318073
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