SOLUÇOS DE UM POEMA

SOLUÇOS DE UM POEMA

Já não trazes nos lábios um doce riso,

Aquele sorriso com vestes de inspiração

Não vejo em teus olhos o mesmo brilho,

Nem mais ouço descompassar teu coração.

De tua voz tão meiga, e melifluamente,

Com palavras balbuciadas de ternuras,

Derramavam centelhas de emoções...

Canções que me inundavam de doçuras.

Quando bailávamos em sonhos levitados,

Prazeres degustados, em cada noite nua,

Em delícias, nossos corpos se achegavam...

A minha dança se ajustando a dança tua.

Despertaste da inércia meus sentimentos...

Eeis-me mar... eis-me procela e maresia!

Vi-te nos olhos revérberos de falsa aurora...

Um frio não, sobre a certeza que se cria.

V ejo a crer que essa frieza é a dor maior,

Que do ontem te esqueceste friamente...

Há um cansaço neste meu olhar sofrido

De quem implora por teu amor tão loucamente.

Restam-me apenas moinhas de fragrâncias,

Do amor poalhas...sobejos de demora...

Farrapos de mortalha cobrem meus sonhos...

E é por amor que este meu poema chora!...

Do livro poeira e flor

EGÊ VALADARES
Enviado por EGÊ VALADARES em 30/05/2013
Reeditado em 30/05/2013
Código do texto: T4317652
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