Coração do Eterno
Tombam as folhas do cinamomo
E eu, murmuro: “Não quero mais vê-la.”
Cai nos meus pés o pútrido pomo
E eu então penso: “Acho que não quero mais tê-la...”
O tempo nublado traz-me um esperançoso assomo
E as nuvens fazem a mim uma flébil umbela,
Vejo abaixo da árvore um solitário gomo
E sereno, digo: “De hoje em diante eu irei esquecê-la!”
O cinamomo vendo-me rasgando meus versos
Diz: “Por que apunhala estes teus sonhos imersos
De luz eterna do astro eleito?”
O porvir áureo na minha alma pressinto...
E sereno digo a ele: “O que eu sinto
- É imenso demais para guardar no meu humano peito!”