O AMOR QUE TEMOS UM PELO OUTRO
Luto para que as garras do desterro
não me abrace como se quisesse
me devorar, e derreado não me
veja prostrado em meu viver.
É até possível que me veja sentenciado por
nada ter feito, a não ser por ter amado
demais, quiçá por isso quiseram usurpar o meu
trono inabdicável, mas ele sempre terá um nome...
Implacavelmente, a inveja e a infelicidade
que convivem essa plateia acharam no direito
de tomar as rédeas do pleito, e assim minha
resistência foi minando e hoje respiro o abstrato.
Eu não sei porque tanta maquiagem para
preparar um engenho postiço, não sei a razão
de demonstrarem tanto desvelo se tudo não
passou de artifício para enganar os tolos...
Passe o tempo que for prescrito, sei que vou viver somente
com as estações do ano, que vou brigar com
meu travesseiro e de saudade vou gritar
o seu nome, mas uma coisa ninguém
pode nos roubar, o amor que temos um pelo outro.