AMOR INFINITO (CARIS GARCIA)

Amor infinito

(Caris Garcia)

Eu ainda não sei por qual caminho me perco

quando atravesso o cerco e viro fora da lei

um dia peão outro rei, com ouro no berço

se apega ao terço, mas sem você não sei...

Esta sua voz entra de mansinho no meu castelo

forte girassol amarelo que invade o meu ninho

adivinha qual o caminho deste antigo elo

o ritual mais belo, a arca que canta baixinho

Quando ouvir os acordes daquela viola

na cama deita e chora, com você evoluí

nem daqui eu saí, vem vamos embora

olha lá fora foi naquela esquina que cai

Hoje mundos de coleiras diferentes de outrora

a notícia hora a hora, banho sem cachoeira

dia sem eira nem beira, beijos de amora

medo que apavora, não se esconda nem de brincadeira!

O chão de terra nos arredores da vida

seguir a mesma batida que jamais erra

não declare guerra se a maçã for mordida

a estrutura comprometida aqui se encerra

Um dia a gente vai embora pra caminhar mais

glorificar os sais e trocar beijos na aurora

fugir de pandora e seus tristes ais

cânticos confidencias cheios de metáforas

Bonequinhas delicadas de porcelana

artesanato de cana, mão calejada

deita na almofada e leia a mão da cigana

segue pela caravana e atravessa a alvorada

Se eu viesse aqui por você pedir

o perdão aderir no canto de um bem-te-vi

explodindo todo frenesi de um purificado pranto

esta semente eu planto pra nunca te ver partir

O sol resolveu mostrar a sua cara

o pastor e sua vara que ali nasceu

na montanha o apogeu que a noite encara

na flor miúda repara, tem um quê de "Romeu"

Nunca se imaginou na doente vadiagem

cuidou da farta pastagem e o trabalho esmiuçou

a lágrima o fogo apagou, a tristeza virou miragem

subiu na cristalina carruagem e nem pra trás olhou

A carta que traz o amor vivido

o amor sem apelido que não se desfaz

a única dose de paz ao papel atribuído

gritos e gemidos do sofrimento perspicaz

Cingir a mente para restituir a emoção

traz a doce animação com a flor confidente

sentidos tão dormentes para contemplação

o sol na alucinação deveras carente

Trançando os nós do silêncio e suas pausas

o rebelde sem causa rasgando seu paletó

vestimenta de faraó, botões entre pausas

rumo o foguete para aeropausa sem nenhum xodó

Pega o lencinho perfumado jogado ao chão

oportunidades que se vão, dom tão admirado

desfaz o abaixo-assinado se livra da certidão

estufa o peito o centurião: "tenho amor acumulado"

Por fim bronzear a pele com a luz do seu luar

em seus braços me acomodar antes que a alma se rebele...

Caris Garcia
Enviado por Caris Garcia em 28/05/2013
Reeditado em 29/05/2013
Código do texto: T4312862
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