"Rendo-me a ti"
Imatura és tu
persistência em nulo nada
insistência em superfícies ralas
margens que nada dizem
pronunciam o seu mote
vangloriam-se, distorcem
vampirizam cegos
calam...
Busca vazia por si
num campo ermo de ti
outro...
Ouço tua voz, verdade minha
proteção em eras tantas
tempo que se faz eterno presente
insistente na proteção que anula
cala, afasta, denuncia, alerta
cerca-me e dilui o impuro
Amanheço em luz
meu guia, minha sina
meu querer, meu "eu" em mim
meu "ser"...
E das margens periferia
marginalizada pelo si em abandono
nem rastro ou suspiro
E com ouvidos em olhos que vê
deixo-me a ti, proteger
entre braços e abraços
laços indissolúveis desse que és
por mim, em ti, para ti ...
... amor meu
Contigo encontro-me, sou
e quando perdida ...
estás em mim, como eu em ti
refaço-me sem tempo
amparada, protegida
teus laços diluem as brumas
desnudam demônios, elucidam
acalentam, acolhem, apaziguam
e novamente sou manhã
inteira, imensa ... em ti redimida!!!
- Kátia Golau Cariad -