"Rendo-me a ti"

Imatura és tu

persistência em nulo nada

insistência em superfícies ralas

margens que nada dizem

pronunciam o seu mote

vangloriam-se, distorcem

vampirizam cegos

calam...

Busca vazia por si

num campo ermo de ti

outro...

Ouço tua voz, verdade minha

proteção em eras tantas

tempo que se faz eterno presente

insistente na proteção que anula

cala, afasta, denuncia, alerta

cerca-me e dilui o impuro

Amanheço em luz

meu guia, minha sina

meu querer, meu "eu" em mim

meu "ser"...

E das margens periferia

marginalizada pelo si em abandono

nem rastro ou suspiro

E com ouvidos em olhos que vê

deixo-me a ti, proteger

entre braços e abraços

laços indissolúveis desse que és

por mim, em ti, para ti ...

... amor meu

Contigo encontro-me, sou

e quando perdida ...

estás em mim, como eu em ti

refaço-me sem tempo

amparada, protegida

teus laços diluem as brumas

desnudam demônios, elucidam

acalentam, acolhem, apaziguam

e novamente sou manhã

inteira, imensa ... em ti redimida!!!

- Kátia Golau Cariad -

Kátia Golau Cariad
Enviado por Kátia Golau Cariad em 27/05/2013
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