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ENLACE POÉTICO
 


Mão na mão, olho no olhar,
Maria afaga João,
debaixo de grão luar.
 

Paira no ar a canção
que ninguém pode escutar,
exceto o casal, então.
 

João revida a ternura:
por igual mima Maria,
enlaçando-a na cintura.
 

Um beijo, com simetria,
na canora partitura,
como em celeste homilia.
 

Tanto o par se fez enlace,
e tanto mais semovente,
que, daí, surgiu o impasse.
 

Ou aqueles, de repente,
de pé, um no outro entrasse,
ou mais não somavam gente.
 

E, como um só parafuso,
em romântica porfia,
o par não quedou confuso.
 

Fez somente o que devia:
um já n’outro, tal um fuso,
fundiram-se em poesia.
 

Fort., 25/05/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 25/05/2013
Código do texto: T4309323
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