Devaneio
Deixa-me contar-te apenas
que te amo como as longas tardes
de verão; Como as frias manhãs de inverno;
Como quem tem na mão o bater do coração;
Deixa-me contar-te apenas
que és a chama que me aquece e arrefece
este meu corpo instável e inquieto
coberto pela sombra das cinzas que espalhas
pelas ruas por onde passas;
Não sei onde andas, onde tens andado,
onde estás, ou até mesmo, quem te levou...
Ah! Deixa-me contar-te apenas
que és uma miragem do além;
Que não te conheço e nem sei quem és:
- És alguém que andas perdida, e eu não sei!